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terça-feira, 21 de abril de 2015

A Fábula dos Nove


Certas coisas na vida são difíceis de definir em palavras o real sentido que elas fazem ao nosso coração. Porque de coração eu entendo que cada um tem o seu, e ninguém sente nada da mesma forma como poderia ser ou como seria se acaso fosse – pode parecer sem sentido. Impossível prever. Coração é difícil de entender, é difícil de dar a real sintonia com a razão, um conflito de coisas inconstantes. O coração sente a razão, sensibiliza os sentidos e as opiniões. Como seria conciliar coisas tão antagônicas e fortes que mudam constantemente?
É desse mistério que resulta a impossibilidade dos desejos. Nós nunca sabemos aquilo que queremos, como nos “caminhos da floresta”, centenas de protagonismos pessoais se cruzam com histórias cada vez mais incomuns e em comum. Onde vamos parar? Por isso lhes conto uma fábula.
Certa vez nove jovens foram acampar em uma região afastada. Se armaram em meio a uma clareira em um bosque de eucaliptos frondosos. Durante a noite, acenderam uma fogueira. Suas chamas queimavam a lenha seca soltando pequenos ruídos como se estralassem os dedos. Durante a noite, adentrando a madrugada, o céu era percebido pelos olhos de cada um, e não imaginavam que longe da civilização urbana ele era mais brilhante que a treva de uma cidade. O som da voz do fogo era claro aos ouvidos de cada um. Sua voz estranhamente reciclava sensações das mais belas no coração deles, percebendo uma leve sensação de que a razão lhe estava mesclando com as percepções platônicas do coração. Onde iriam chegar com aquilo? O silêncio falava mais que mil palavras. Às vezes um risinho ou outro, conforme pequenas revelações vinham e iam da boca de cada um. E o fogo falava em seus corações e fazia a pele suar na noite de outono. 
Que céu incrível! Na manhã seguinte o céu com nuvens não revelou tão belo o opúsculo sobre o deus Sol. E como numa seita, foram despertando para o café da manhã. Após bem alimentados e bem acordados, partiram para uma caminhada, queriam encontrar um rio turvo. Uma forma de se presentear com a recompensa clara. O rio escondido entre a mata ficava longe. Sem mapa nenhum, apenas com o instinto e abençoados pela conspiração, partiram. Sem rumo, seguindo o cheiro e o barulho de água, entraram por um caminho de gado, um brejo por entre a mata que se fechava na vegetação nativa. Suas almas se ajeitavam entre as árvores, fazendo que eles tivessem a mesma idade que aquele lugar. Em meio a risos e tropeços a água era um convite generoso. Sorriram, brincaram e sua esperança era como a de criaturas da floresta, criaturas fantásticas que os observavam. Quando deram por satisfeitos voltaram pelo mesmo caminho que vieram para apreciar a chuva. Suas almas nuas à natureza estavam renovadas. E as descobertas eram grandes. O fogo falou e as árvores balbuciavam. Já a chuva, cada gota fria lhes traziam conexões que não cabe as minhas descrições. Era muito mais que isto, visto que cada coração sentia de forma diferente. E foi assim, que todos sem exceção, puderam chegar juntos o mais próximo do amor, de Deus e das forças que fazem o Universo ser aquilo que é, mas que ninguém sabe explicar.”
Não se sabe onde vamos chegar, mas se sabe sempre por onde passamos para chegar até aqui seja lá que lugar for onde se deixar estar.