O Brasil passou por duas grandes ditaduras. Uma com Getúlio Vargas, na primeira metade do século 20, outra com o regime militar, na segunda metade. No plano de governo das duas, uma meta em comum: criar uma população intelectualmente medíocre. Não precisa censurar ninguém, não precisa matar ninguém. É só alienar a grande massa e todo e qualquer movimento reacionário pode ser facilmente pintado como manifestação de uma minoria descontente.
A falha na aplicação dessa meta foi decisiva na queda dos dois regimes totalitários. Em ano de eleição é mais fácil ouvir a frase “tenho nojo de política”. A falta de distanciamento da população das questões políticas era o resultado esperado.
Esse resultado veio. Demorou um pouco mais que o esperado. Mas veio.
O segundo regime ditatorial terminou, oficialmente, em 1988, com a promulgação de uma nova Constituição Federal. Na prática, dez anos antes ele já estava condenado à morte. Se permanecessem no poder por mais 20 anos, os militares dominariam o Brasil para sempre.
Hoje, 2012, o país está do jeito que os ditadores queriam: ligado em futilidades, sem envolvimento com os movimentos sociais, com as classes desunidas e as pessoas fechadas em casa em frente à TV, uma grande mídia alienada (pra não dizer comprada) e educação de baixíssima qualidade, que desestimula e desvaloriza a leitura e não fomenta o livre pensamento.
Cenário perfeito para uma ditadura. Se é que ela já não foi instaurada e nós nem percebemos.
Cristiano Guirado
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