Demorou, mas finalmente chegou a hora de falar mal do PT.
Ultimamente tem sido quase que um mantra meu, por vários motivos grotescos – que vão desde o Mensalão até o conclave com o Maluf – criticar os caras vestidos de estrela solitária que pensam que são o Che Guevara. Mas quero dedicar este texto, exclusivamente, a um mal genuinamente petista, lançado por Lula e adotado por Dilma como a salvação da lavoura de miséria social do Brasil: o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Pra não profanar a sigla, chamaria de Programa de Aceleração da Cretinice. Profanando, teria o nome mais legítimo: Plano de Aceleração da Mediocridade.
Antes da crítica, uma breve explanação. Crescer é um simples ato contínuo de investir. Aplicar dinheiro e isentar tributos de determinada área é certeza de aceleração econômica e valorização profissional da mesma.
Explicado, pergunto: em qual área o Brasil precisa crescer? Educação? Cultura? Ciência? Não. Construção Civil.
O PAC é basicamente o investimento pesado na construção civil, aliado à isenção fiscal. Graças a ele, ao PAC, graças a Lula e Dilma, um pintor de paredes cobra por um trabalho de cinco dias exatamente o que eu ganho em um mês. Isso porque eu tenho diploma universitário e 15 anos de carreira no jornalismo. Um pedreiro ganha três vezes mais que um professor.
O resultado disso é um país cada vez mais medíocre. Para pintar paredes, erguer muro, assentar tijolos, precisa saber ler? Precisa de uma sensibilidade apurada? O Brasil cai pelas tabelas nos rankings mundiais de educação, consequentemente, nos de igualdade social.
Enquanto isso a população, indignada, pede a queda de Mano Menezes porque a seleção de futebol só trouxe a prata das Olimpíadas. Mas ninguém tem conhecimento ou inteligência suficiente para pedir a queda dos governantes, que deixam o país fora dos 80 primeiros do mundo em qualidade de educação.
Revoltante? Pode até ser. Mas é perfeitamente explicável. Dava para ter um PAC investindo em educação e cultura? Dava. Mas em vez de pedreiros e pintores, teríamos escritores, professores e intelectuais mais bem remunerados. E essa gente é sinônimo de problema para os governantes, justamente por pensar demais.
Para quem governa, compensa excluir, anular, isolar esse povo. Para quem governa e quer desmandar e barbarizar todos os absurdos plausíveis ou não, compensa valorizar os toscos, ridicularizar os sábios. Compensa ter uma nação idiotizada, vidrada na novela das oito e no futebol. Uma nação da qual 70% de seu povo não é capaz de ler e compreender um texto de dez linhas, que só ouve música ruim e se acaba de dançar em todo mês de fevereiro.
Getúlio tentou. Os militares tentaram. Ambos fracassaram. E, ironia, quem teve sucesso em concluir a idiotização, a mediocrização do Brasil foram justamente aqueles que, um dia, se pintaram como seus libertadores. Os caras da estrela, que, ironicamente, nada mais são do que a mediocrização dos ideias de Che Guevara. Como o pagode é a mediocrização do samba, como o sertanejo universitário é a mediocrização das modas de viola.
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