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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Nas Nuvens da Carol - Eight – II

Como o prometido, mais uma parte do texto de Caroline Andrade.

Eight – II


Fechando os olhos para um futuro temível e breve, Sophia estremeceu ao ouvir o primeiro uivo. A criatura arreganhava a boca malfeita, como que prestes a devorar tudo ao ser redor, enquanto gargalhava guturalmente, e uivava de prazer. Vê-la assustada era a energia de que ele precisava para seguir em frente. Toda a sua motivação vinha dela, do medo que ela sentia, das demonstrações apavoradas, tudo nutria aquele corpo amaldiçoado e quase irracional.

A cada novo relâmpago, ele aparecia e reaparecia no corredor, cada vez mais perto, trocando de lado, direita-esquerda, tratando Sophia como um joguete. “Não brinque com a comida” certamente não era um lema que funcionasse para sua raça desconhecida. Dentro da cabeça de Sophia, ela desejou que ele fosse o único sobrevivente, ou que talvez existisse apenas uma fera daquelas, e não uma população inteira da mesma raça. Apenas o pensamento a fazia estremecer vigorosamente, e isso provocou uma risada ainda mais frenética e medonha por parte do indivíduo.

Sophia abriu os olhos numa reação involuntária à respiração que sentiu em sua nuca. Não foi necessário olhar para trás. Ele mesmo avançou, tomou sua frente, deixando a nauseada com o cheiro de sangue, com as cascatas intermináveis que minavam de seus olhos, com seu hálito quente e pútrido; Com seu incrível cheiro de morte. Um segundo? Ele a agarrou pelos cabelos, torcendo sua coluna, puxando-a para baixo. Ela perdeu o ar por alguns instantes, e em seguida, estava arfante.

Um minuto? Ele continuava a puxá-la, fazendo-a gritar ferozmente, enquanto ele se divertia. Forçou-a a deitar em seu colo, e segurou-a firme com as mãos que ela agora podia ver. Apenas pele e ossos, na melhor das hipóteses, onde ainda restava pele. Ele aproximou-se do rosto dela mais uma vez,e ela engoliu o fel que subia pela sua garganta…

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